sábado, 26 de fevereiro de 2011

Como viver melhor depois de descobrir a hipertensão



Por Elisângela Silva 

Mudança radical nos hábitos melhora a vida de um hipertenso


Hoje no Brasil, somos mais de 190 milhões de habitantes e cerca de 20% da população com mais de 20 anos sofre as conseqüências dessa enfermidade, ou seja, 38 milhões de brasileiros são hipertensos de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia

Muitas pessoas não sabem, mas a pressão alta (hipertensão) é uma doença silenciosa e mata cerca de 300 mil brasileiros todos os anos. É uma doença que não tem cura, mas é possível viver melhor com a ida frequente ao cardiologista, mudança nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas.

Esse assunto é tão importante que o Ministério da Saúde celebra no dia 26 de abril o Dia Nacional de Combate a Hipertensão, com ações desenvolvidas para conscientizar a população sobre os perigos dessa doença e ajudar na prevenção e tratamento.

Para entender bem o que é hipertensão, Doutor Valdir Lauro Schwerz – Cardiologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) dá dicas importantes de desvenda os mitos sobre a doença.

“A hipertensão é elevação da pressão arterial acima dos níveis considerados normais (13,5 x 8,5). Acima de 14,9 é considerada hipertensão. E pode ser classificada em três categorias: leve, moderada e importante. Os casos de internação são recomendados a partir da categoria importante” diz o cardiologista.

Os principais fatores que elevam a pressão são:
1- Histórico Familiar;
2- Ingestão excessiva de sal;
3-Obesidade;
4- Stress;
5-Usos de drogas.

Pessoas que têm na família parentes hipertensos devem procurar orientação médica a fim de evitar surpresas desagradáveis. Mesmo que a pressão não apresente elevação num primeiro momento, é possível que em certo ponto da vida ela aumente consideravelmente.Pacientes que têm pressão baixa podem desenvolver com o tempo a pressão alta.

O diagnóstico para saber se tem ou não hipertensão é bem simples: a partir da medição da pressão. “Algumas pessoas apresentam sintomas como dor na cabeça, tontura, dormência nas mãos e pés, dor no peito entre outros” explica o cardiologista.

Engana-se quem acredita que só a pressão é alterada com a hipertensão, doutor Valdir aponta que outros órgãos do corpo ligados à circulação têm o seu funcionamento prejudicado. No coração há mais riscos de infarto, arritmia cardíaca e se não houver o tratamento adequado, insuficiência cardíaca.

No cérebro há o risco de derrame que é conhecido com acidente vascular cerebral (AVC). Nos rins, a principal dificuldade é o surgimento da insuficiência renal que no futuro pode ocasionar a diálise.(A diálise é a substituição da função que os rins desempenhavam antes de alguma doença, que provoca a perda na capacidade de filtração).

Nem tudo está perdido para um hipertenso, dá para melhorar a qualidade de vida depois de descobrir a doença. Doutor Valdir explica que é fundamental o acompanhamento médico na fase inicial nos pacientes com pressão alta, pois um dos primeiros passos a fazer é a “redução do sal, perda de peso em pacientes obesos, reeducação alimentar e o abandono de hábitos ruins como o tabagismo, uso de medicamentos (antiinflamatórios corticóides)”, por exemplo.

Atualmente com o conhecimento médico avançado, doutor Valdir avisa que com o acompanhamento precoce da doença, o paciente ganha uma sobrevida maior, e no Brasil isso é evidente e diminui consideravelmente o número de óbitos devido a doenças cardiovasculares.

Já que é necessário reduzir o sal e reeducar os hábitos alimentares, nada melhor do que recorrer a um nutricionista para saber qual a dieta mais recomendada a um hipertenso no controle da doença. A nutricionista Tatiana Cruz, aponta que a redução do sal é o primeiro fator na busca do equilíbrio, e pode ser substituído por sal dietético (consumido com moderação, pois há a presença de sódio - NaCl).

Nesta dieta, é fundamental ler os rótulos dos produtos para identificar a presença e quantidade de sal que também pode ser substituído por outros temperos naturais como: “cebola, alho, orégano, manjericão, salsa entre outras ervas”. É ideal também, segundo Tatiana controlar o consumo de “cafeína (chá, café, refrigerante, chocolate)”.

Em relação aos alimentos que ajudam no controle da doença, os naturais (frutas, legumes e verduras) são os mais recomendados. A nutricionista enfatiza que alimentos como “carnes salgadas, defumadas, bacon, bacalhau”, embutidos como “lingüiça, salsicha, salame, mortadela, paio” e enlatados como “ervilha, azeitonas, picles, palmito” devem ser evitados ao extremo, pois contém muito sal.

O mais importante para uma pessoa que descobre a hipertensão é criar o hábito de passar freqüentemente com o médico, levar a sério o tratamento seja medicamentoso, ou alimentar, deixar hábitos inadequados de lado como o fumo e consumo de bebidas alcoólicas e aprender a praticar exercícios físicos como caminhada natação e ciclismo.

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