quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O que o verão reserva

 Por Elisângela Silva



A melhor época do ano pode ser também a mais trágica

Pensar no verão lembra férias, praia, muito calor e tempestade.O clima já não é o mesmo no país e a cada ano, a época mais quente passa a ser também a que mais mortes registra devido a chuvas.Hoje não há um lugar somente que concentra o grande volume de água,praticamente em todo o país, chove muito nessa época.

Hoje, não são apenas os mais pobres que moram em lugares de risco que sofrem com a chuva, até os mais ricos que desfrutam de conforto são rendidos por um iminigo incomum. É certo que todo o verão há uma tragédia anunciada, com os deslizamentos de terra,alagamentos e por ai vai.E ao que parece, nada de peso tem sido feito para evitar as mortes.

Por falta de condições financeiras, boa parte das pessoas vão morar em lugares que não oferecem condições necessárias de vida, como em morros, ao lado de córregos que põem em risco suas vidas. Basta olhar para região serrana do estado do Rio para perceber essa fragilidade. O homem a cada dia invade o espaço que a natureza levou anos para construir e como de uma hora para outra, esta requer o que é seu, mesmo que isso custe à vida de milhares.

Boa parte destas pessoas não tem condições de morar em lugares seguros e acabam residindo em lugares com risco diário. O que dizer de construir casas no alto de um morro, sem a consulta prévia de um especialista. Mas dizer isto há alguém que não tem onde morar pode soar como absurdo. Tem que se levar em conta que o próprio homem modificou o clima e com isso, as estações do ano não são mais as mesmas.

O governo também tem a sua parcela de culpa, pois ainda não criou políticas de habitação capazes de atender toda a população das áreas de risco, e mesmo diante de uma tragédia, pouco se faz para ajudar os sobreviventes, pois a bolsa aluguel nem sempre ajuda aquele que perdeu boa parte da sua história em um deslizamento ou alagamento.

Nas grandes cidades, os alagamentos provocam caos e destruição, não raro quando vidas são tragadas de forma violenta e inesperada. Com o crescimento desordenado, rios foram encobertos pelo cimento e os que resistem, acabam invadindo ruas e avenidas, já que não tem para onde escoar a grande vazão de água que recebem das chuvas.

Em São Paulo, basta à formação de nuvens de chuva, para o estado de atenção tomar conta de várias regiões da cidade que sempre sofrem com os alagamentos, mas isso de fato contribui para ajudar as pessoas afetadas pelas chuvas?

O que as autoridades e a população devem fazer é unir forças para evitar tragédias, e isso começa com um maciço investimento por parte dos governos em obras contra enchentes e deslizamentos de terra. A população deve evitar lançar nos rios e ruas lixo que certamente é um combustível para alagamentos, ou seja, conservar o meio ambiente que já está tão modificado, graças a ganância do homem em querer manipular a natureza em seu favor.

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